Já se passaram meses desde o alastramento da pandemia em escala global, e as mudanças impostas por esse acontecimento, ainda se fazem presentes no nosso cotidiano, repercutindo na vida dos pequenos.
Ao refletir sobre isso, surgiram algumas dúvidas, que foram respondidas durante uma entrevista, através de uma rede social, com a Coach Elise Peters, que aceitou de bom grado compartilhar suas experiências e conhecimentos conosco.
Primeiramente, perguntamos sua opinião sobre qual o maior desafio enfrentado pelas crianças e pelos pais na adaptação com as aulas remotas. Como resposta, ela nos contou que o maior desafio tem sido os pais exercerem o papel de professor, sem possuir conhecimento específico para tal: "Tivemos que nos aventurar e aprender do dia para a noite formas de ensinar de maneira lúdica, com conhecimento, garantindo que eles estivessem absorvendo o conteúdo", comenta a Coach.
Outro ponto levantado foi o uso dos computadores ou tablets "para uso exclusivo do aprendizado e não apenas para divertimento, do qual estavam habituados", pois sabemos o quanto é difícil, para os *Nativos Digitais, sacrificarem o entretenimento oferecido pela tecnologia em prol da educação. Além disso, o conhecimento técnico para lidar com a mesma têm sido extremamente difícil para as crianças, pais e professores.
Para nós, adultos, compreender que há um propósito a seguir é muito mais fácil do que para as crianças. Por isso, se faz necessário conversar, para que elas possam despertar o interesse e ir adiante, tornando o momento de aprendizado algo agradável e alegre, e não um peso ou uma importunação. Para isso, Elise nos afirma: "Para motivar as crianças, os pais e responsáveis precisam usar a criatividade. Sempre elogiar e levar como algo positivo."
Como solução para essa situação, Elise nos sugere o uso de ferramentas para a criação de uma rotina, tendo em vista a necessidade da administração do tempo e da organização: "Os pais que não estabeleceram essa rotina tiveram dificuldades de ajudar as crianças a fazerem as atividades propostas pela escola", ressalta.
Por fim, também é preciso que os pais sejam mais objetivos, e definam suas prioridades: "minha prioridade é o meu filho, a educação dele, cuidar para que ele tenha um tempo de qualidade e para que não esteja utilizando as ferramentas tecnológicas somente para entretenimento".
"Precisamos sempre, independente de um ano difícil, fazer reflexões e inovações no nosso estilo de vida. Promover mudanças positivas e estratégicas. Isto é trabalhado no coaching, no ato de gerenciar/ mudar/ otimizar o nosso comportamento e tempo. É importante desenvolver adaptabilidade, pois na vida nada vai permanecer sempre da mesma forma. Nós vamos ter altos e baixos, mas devemos esperar com paciência, aprender a expandir a inteligência emocional, saber lidar com as emoções, buscar profissionais para trabalhar isso, e procurar realmente atingir objetivos e assumir o controle. Contudo, entender que algumas situações, você não terá o poder para mudá-las, mas é preciso manter a calma e a esperança de dias melhores".